sábado, 14 de maio de 2011

“Há que se cuidar do broto para que dê flor e fruto”: Construção coletiva na PJB

Objetivo do encontro: Trazer propostas concretas para a organização da PJB na Arquidiocese, Setores, Paróquias e Comunidades, que partam dos próprios jovens, tendo em vista suas necessidades, anseios e expectativas em relação às Pastorais da Juventude.

Tema central: Construção Coletiva na PJB.

Eixos de reflexão: Pastorais DA Juventude X Pastorais PARA a Juventude; Comunhão e Participação; Protagonismo na PJB; Encaminhamentos para a XVI AAPJB.

Iluminação Bíblica: “Foi para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: ‘Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Deus conosco’” (Mt. 1, 22s)

Frase iluminadora: “Já podaram seus momentos, desviaram seu destino, seu sorriso de menino quantas vezes se escondeu... Mas renova-se a esperança: nova aurora, cada dia! E há que se cuidar do broto, pra que a vida nos dê flor e fruto...” (Milton Nascimento, Coração de Estudante)

AMBIENTAÇÃO

Tijolos e instrumentos de construção (se o grupo não conseguir esses objetos, trazer imagens de construção). Cruz, Bíblia e uma imagem de Maria, de preferência grávida. Pedras pequenas para distribuir aos participantes (pode ser pedras de construção ou de aquário). Cartazes em cartolina, com a iluminação bíblica e com a frase iluminadora. Música de fundo que fale sobre novos horizontes (sugestões: “Amanhã” – Guilherme Arantes; “Coração Civil” – Milton Nascimento; “Horizonte distante” – Los Hemanos).

ACOLHIDA

Dar uma pedrinha pra cada participante, enquanto o cumprimenta.

ORAÇÃO

O/a animador/a do encontro pede para que os jovens olhem que receberam. Declama o texto:

A PEDRA
“O distraído nela tropeçou…
O bruto a usou como projétil.
O empreendedor, usando-a, construiu.
O camponês, cansado da labuta, dela fez assento.
Para meninos, foi brinquedo.
Drummond a poetizou.
Já Davi derrotou Golias, e Michelângelo extraiu-lhe a mais bela escultura…
E em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem!
Não existe pedra no seu caminho que você não possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento.”
(Autor desconhecido)

Após a declamação, motivar os jovens para partilharem suas opiniões sobre a seguinte pergunta: Que pedra eu quero ser na construção das Pastorais da Juventude do Brasil? (Os jovens permanecem com as pedrinhas até o fim do encontro.) Após a última fala, rezar o Glória ao Pai.

ANÁLISE DA REALIDADE - VER


TEXTO: PROTAGONISMO JUVENIL E CONSTRUÇÃO COLETIVA

O Protagonismo Juvenil é um tipo de intervenção no contexto social para responder a problemas reais onde o jovem é sempre o ator principal. É uma forma de educação para a cidadania não pelo discurso das palavras, mas pelo curso dos acontecimentos. É passar a mensagem da cidadania criando acontecimentos, onde o jovem ocupa uma posição de centralidade.
Quando o jovem assume o seu papel de protagonista da história, torna-se ator principal em ações que dizem respeito não apenas à sua vida privada, familiar e afetiva, mas a problemas relativos ao bem comum, na escola, na comunidade ou na sociedade mais ampla. A partir desse momento, percebe que seu protagonismo deve enlaçar-se com o protagonismo de muitos outros jovens, formando uma rede de cooperação nas intervenções sobre a sua realidade. É a Construção Coletiva, fundamentada na concepção do jovem como fonte de iniciativa, que é ação; como fonte de liberdade, que é opção; e como fonte de compromissos, que é responsabilidade.
Na raiz do protagonismo e da construção coletiva, tem que haver uma opção livre do jovem, ele tem que participar na decisão se vai ou não fazer a ação. O jovem tem que participar do planejamento da ação. Depois tem que participar na execução da ação, na sua avaliação e na apropriação dos resultados. Mas a consolidação de uma construção coletiva não requer apenas a força de vontade, como também o senso de que o jovem não constrói sozinho: ele constrói junto e com outros jovens; e essa forma de pensar demanda uma grande preparação pessoal e comunitária. Aprender com os próprios erros, deixar-se corrigir, ouvir o que o outro tem a contribuir, relevar as diferenças e assumir a pluralidade de opiniões, abrir mão do próprio ponto de vista para acolher o ponto de vista do outro pelo bem comum... tudo isso são práticas que devem iluminar uma rede ou grupo de jovens que parte da convicção de que sua missão só será completa quando todos se conscientizarem do seu papel nessa mesma construção.

Construir coletivamente é aprender com a metáfora do nascer-do-sol: é de muitos raios de luz que se faz um alvorecer! Assim se dá na nossa caminhada de jovens na construção de um novo caminhar, pois é preciso de muitas mão para se tecer sonhos de um mundo melhor... “Se as coisas são inatingíveis ... ora! Não é motivo para não querê-las. Que tristes os caminhos, se não fora a mágica presença das estrelas!” (Mário Quintana).

DINÂMICA: O ROSTO


Objetivos: Fazer com que os membros do grupo sintam a importância da participação e contribuição de cada um.

Aplicação:
Ø Orientar os participantes para sentarem em círculo;
Ø O assessor distribui para cada participante uma folha de papel sulfite e um giz de cera;
Ø Em seguida orienta para desenhar o seguinte:
Ø uma sombrancelha somente;
Ø passar a folha de papel para as pessoas da direita e pegar a folha da esquerda;
Ø passar novamente;
Ø desenhar um olho;
Ø passar novamente;
Ø desenhar o outro olho;
Ø passar a direita e... completar todo o rosto com cada pessoa colocando uma parte (boca, nariz, queixo, orelhas, cabelos).
Ø Quando terminar o rosto pedir à pessoa para contemplar o desenho;
Ø Orientar para dar personalidade ao desenho final colocando nele seus traços pessoais;
Ø Pedir ao grupo para dizer que sentimentos vieram em mente.

Cada contribuição é única. Portanto, é necessário incentivar os jovens para que partilhem suas percepções sobre essa dinâmica e as reflexões que seguem.

APRESENTAÇÃO DOS PAINÉIS


Vamos agora retomar os painéis do encontro anterior. Eles devem ser colocados de forma que todos possam visualizá-los, a fim de responder as perguntas no grupo geral. Se os jovens tiverem dificuldade em se expressar, fazer a dinâmica do “pinga-pinga” (uma bola é jogada para os membros do grupo; a pessoa que pegar a bola deve responder em poucas palavras e passar a bola adiante).

Foram levantados questionamentos para a confecção desses painéis. Quais foram estes questionamentos?
Identificar os anseios que cada jovem traz, individualmente, para a construção de uma proposta de Evangelização da Juventude eficaz e comprometedora: no que posso contribuir para a construção de uma PJB cada vez mais engajada na realidade do jovem e em sua evangelização integral?
Escrever todas as contribuições em uma cartolina.

Iluminados pela Palavra – JULGAR


(Tempo estimado: 15min).

Cantar um canto de aclamação ao Evangelho de inspiração mariana (sugestão: “Aleluia! Alguém do povo exclama!”). Durante o canto, uma jovem vestindo-se de grávida pega a Bíblia no centro do ambiente e faz a proclamação.

Mateus 1, 18-25: A Anunciação

Partilha da Palavra

Convidar os jovens a partilhar o que experimentaram neste texto bíblico, seguindo a proposta do encontro anterior (tornar esse momento bem dinâmico, partilhando frases que chamaram a atenção, fazendo paralelos com nossa realidade etc.)

Pistas para a Reflexão
 - O texto da anunciação de Mateus é bem diferente daquele apresentado em Lc. 1, 26-38. O evangelista Lucas está preocupado em apresentar a boa nova do nascimento de Cristo que não compartilhavam da fé e das leis judaicas; por isso, seu texto é centrado na figura de Maria e em sua adesão de fé: “faça-se em mim”. Já Mateus dirige-se às comunidades cristãs que ainda permaneciam ligadas ao judaísmo; portanto, seu texto centra-se na acolhida de José à novidade que Maria traz em seu útero. José é o modelo daquele que se despoja de suas próprias convicções para dar acolhida ao novo que nasce na história humana.
 - Muitas vezes nossas convicções de fé nos levam a olhar apenas para as “leis”, e não para o ser humano ao qual elas deveriam proteger. José, “como era um homem de bem”, iria rejeitá-la discretamente. Mas Deus intervém na história humana e mostra que a fragilidade de Maria é portadora da presença d’Ele mesmo. Isso nos leva a refletir sobre se estamos mais preocupados com as leis do que com a defesa da vida, na qual Cristo se manifesta a nós.
 - Maria é a portadora da grande novidade da história humana: ela dará a luz ao próprio Deus que quis caminhar entre os homens. Seu “sim” também constrói a história. Maria é exemplo de que o “sim” de cada um de nós é algo único e irrepetível, e que do nosso sim depende a gestação do “novo” no meio das pessoas.
 - Podemos gerar uma nova PJB no seio dos nossos grupos de jovens. Iluminados por Maria, a Virgem predita pelos profetas e imagem da Igreja-Povo de Deus, somos levados a pensar nas conseqüências de nosso sim, tanto pessoal quanto comunitariamente. Somos nós quem devemos hoje gerar Cristo ao mundo, por meio de nossa vida e testemunho...

JÚRI SIMULADO


(Preparar antecipadamente papelinhos para entregar aos participantes. Três dos papelinhos devem conter a palavra “Júri”, enquanto os outros devem estar divididos entre “Promotoria” e “Defesa” – garantir, na distribuição dos papéis, que haverá equilíbrio de participação entre esses dois últimos).

Iremos realizar agora um Júri Simulado – com promotoria, defesa e jurados. Tudo conforme manda o Código Civil! O réu a ser julgado será os “anseios” sobre a Evangelização da Juventude, levantados na retomada dos painéis e escritos na cartolina. Para realizar esse julgamento, seguiremos os passos abaixo:

O coordenador ou animador principal do encontro fica designado como Juiz, devendo dar a sentença ao final do julgamento;
O réu, ou seja, a cartolina onde estão escritos os “anseios”, será colocada numa cadeira, à vista de todos;
O júri, composto pelos três jurados, não poderá participar da conversa de nenhuma das duas equipes (promotoria e defesa).
Ambas, promotoria e defesa, terão 15 min para preparar seus argumentos, de acordo com a seguinte orientação:
Promotoria deverá levantar os argumentos contrários aos anseios levantados – isto é, apontar por que esses anseios são impossíveis de se por em prática;
Defesa deverá levantar os argumentos favoráveis aos anseios levantados – portanto, apontar como esses anseios podem ser postos em prática.
Promotoria e Defesa terão de escolher uma pessoa de cada grupo para serem, respectivamente, os advogados representantes.
Só os advogados terão o direito à argumentação junto ao juiz. Os outros participantes podem ser utilizados como “testemunhas” durante o julgamento.
Ao final do julgamento, o júri deverá elencar os prós e os contras levantados para cada “anseio”, bem como o parecer dos jurados sobre os mesmos.
O juiz fará a leitura das conclusões dos jurados. Não existe sentença final... a idéia é construir a partir de ambas as perspectivas. Por isso, o trabalho de cada uma das equipes deve ser sério e bem fundamentado.

Mãos à Obra! - AGIR

(Tempo estimado: 25min)

O grupo de base é a instância primeira onde a PJB acontece. Portanto, queremos ouvir a opinião dos grupos sobre os temas levantados nesses três encontros. Serão os mesmos temas que conduzirão a Assembléia Arquidiocesana. Para que o grupo esteja plenamente representado por meio do delegado de sua paróquia ou colégio, é importante encaminhar as propostas do grupo, seguindo o esquema abaixo:

A partir das conclusões levantadas no Júri Simulado, o grupo deve levantar propostas práticas e realizáveis para a PJB arquidiocesana. Sugerimos três eixos de propostas de atividades para os próximos anos: formação, animação e espiritualidade. Levante propostas com seu grupo a partir destes três eixos.
Ø Propostas para que a PJB Arquidiocesana ajude seu setor, paróquia, colégio e seu grupo de jovens a estar preparados pela formação integral a realizar o trabalho pastoral de evangelização dos jovens.
Ø Sugestões de ações promovidas em nível arquidiocesano que auxiliem os jovens de seu setor, paróquia, colégio e grupo de base a vivenciar a dimensão lúdica e artística da vida cristã (eixo da animação), proporcionando maior entrosamento, comunhão e fraternidade entre os jovens.
Ø Propostas para que a PJB Arquidiocesana ajude seu setor, colégio, paróquia e seu grupo de jovens vivenciar a espiritualidade cristã como mística que impulsiona a viver a proposta de Jesus Cristo em todas as suas dimensões.
Entregar essa síntese junto com os apontamentos do segundo encontro para o delegado da paróquia ou colégio. 

As contribuições devem ser apresentadas em folha A4, e entregues para o delegado de sua paróquia ou colégio. O mesmo as encaminhará para a equipe de preparação da assembléia, para a organização das diretivas e preparação do mural. Os apontamentos do segundo encontro (versão completa) deverá ser de conhecimento e estar à mão do delegado paroquial/colegial durante a Assembléia.

Oração


Providenciar uma cópia para cada jovem da Oração da XVI AAPJB. Esta oração também pode ser usada nas liturgias preparadas pelos jovens e para os jovens nas comunidades.

ORAÇÃO DA XVI ASSEMBLÉIA ARQUIDIOCESANA DAS
PASTORAIS DA JUVENTUDE DO BRASIL

Deus-Pai, Fonte e Origem de toda a Criação,
estamos aqui reunidos, nesse encontro de Fraternura,
para dar testemunho de teu amor criador
junto a todos os jovens de nossa Arquidiocese de Curitiba,
e em comunhão com tantos outros jovens do nosso país,
da América Latina e Caribe, e com os jovens do mundo inteiro.
Seguindo os passos do teu Filho muito amado,
Jesus Cristo, nosso Libertador,
que, feito Homem no seio da Virgem Maria,
quis caminhar entre os homens e ensiná-los um novo caminhar,
queremos também nós percorrer essa trilha ao ouvir seu chamado,
de uma forma renovada, transformada pelo seu Amor
e iluminada pela ação do Espírito Santo,
que nos ensina, nos anima e nos envia para a missão.
Queremos ser presença junto aos jovens,
discípulos e missionários do Cristo em meio à Juventude,
sobretudo com os que vivem em situações de risco e exclusão social,
para que, n’Ele, nossa Juventude tenha vida!
Maria – mãe, mestra, discípula e missionária do Divino Mestre –,
nos ajude nesse novo caminhar
e nos aponte, no Advento do Salvador,
o Cristo que nasce no meio da Juventude.
Pelo mesmo Cristo, nosso Senhor!
Amém!

Canto: “Mestre, bom é estarmos aqui!” – Pe. Joãozinho.

Terminar com o grito de guerra: “Caminhar, construir, amar: PJB!”



Nenhum comentário: