sábado, 14 de maio de 2011

Jovem: nas trilhas de Emaús, evangelizando a Juventude e toda Igreja

Objetivo do encontro: Despertar nos jovens do grupo de base a consciência de que são chamados a serem discípulos e missionários de Cristo para a evangelização integral da Juventude e de toda Igreja.

Tema central: Jovem evangelizando Juventude.

Eixos de reflexão: o Jovem, discípulo e missionário de Jesus Cristo; o Grupo de Base, tenda da comunhão e participação; Evangelização Integral como desafio para um novo caminhar; Juventude, comunidade e Igreja.

Iluminação Bíblica: “Não nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras” (Lc 24, 32).

Frase referencial: “Considerar o jovem como lugar teológico é acolher a voz de Deus que fala por ele. A novidade que a cultura juvenil nos apresenta nesse momento, portanto, é sua teologia (...). De fato, Deus nos fala pelo jovem.” (Evangelização da Juventude, n. 81).

AMBIENTAÇÃO

Preparar o espaço com símbolos que falem da cultura juvenil (mochila, celular, CDs, tênis, bola...) e símbolos próprios da religião (cruz, velas, livro de catequese, terço). Bíblia no centro do ambiente. Colocar em pontos estratégicos da sala de encontros um cartaz contendo a iluminação bíblica e outro com a frase referencial. Música de fundo que fale sobre juventude (sugestões: “Coração Livre”; “Nossa Linda Juventude” – 14Bis).

ACOLHIDA

Duas pessoas podem ficar na entrada da sala, acolhendo os jovens com um beijo na palma da mão e com a frase: “Cristo precisa de suas mãos para a construção do Reino”. Aproveitar esse momento para acolher os novos e, já em círculo, fazer as apresentações.

ORAÇÃO

Pedir para que cada jovem partilhe com o grupo qual foi o motivo pelo qual ele entrou no grupo de jovens e o que o anima hoje a continuar na caminhada do grupo. Após todos falarem, conduzir para uma reflexão silenciosa a partir da seguinte pergunta: “Eu creio na Juventude?”. Tempo para cada um refletir. Leitura do texto “Creio na Juventude”.
Terminar com a invocação ao Espírito: “Vinde Espírito Santo...”
(Tempo estimado: 15min)

ANÁLISE DA REALIDADE - VER

Organizar o grupo em quatro subgrupos menores para a reflexão de cada tema. O grupo deve ler os textos de apoio de seu tema (não esquecer de providenciar as cópias), confrontá-lo com as perguntas ao final de cada texto e fazer um levantamento, em folha simples, das principais idéias levantadas pelo grupo no debate. Escolher um/a secretário/a por grupo, para fazer esse levantamento e apresentar no grupo geral. (Tempo estimado: 30min)

Grupo 1 - O Jovem, discípulo e missionário de Jesus Cristo.


Texto A: Realidade da Juventude

Mais de 33 milhões de brasileiros compõem, hoje, o segmento juvenil de 15 a 24 anos, dos quais 80% vivem na área urbana (IBGE, 2000). Os jovens representam cerca de 20% da população brasileira. No entanto, na conjuntura atual de baixos níveis de atividade econômica e aprofundamento das desigualdades, que resultam na existência de imensas zonas de exclusão, não é tarefa fácil realizar o processo de inserção social das novas gerações. (...) Na década de 80, de cada dez jovens entre 15 a 24 anos oito estavam no mercado de trabalho e dois não trabalhavam e nem procuravam emprego. Dos oito que passavam a integrar a PEA [população economicamente ativa], sete encontravam ocupação e apenas um encontrava-se desempregado. Já nos anos 90, de cada dez jovens em idade ativa, cinco encontravam-se no mercado de trabalho e, destes, apenas um estava ocupado. Ou seja, os outros quatro estavam desempregados. Segundo dados da PNAD 2001, cerca de 3,7 milhões de jovens encontravam-se sem trabalho, representando 47% do total de desempregados no Brasil. A taxa de desemprego aberto para os jovens situava-se em torno de 18%, contra 9,4% da média brasileira.
Ao mesmo tempo, 17 milhões, isto é, mais da metade do total dos 33 milhões de jovens brasileiros entre 15 a 24 anos, não estudavam. A presença dos que não estudavam mostra-se maior justamente no conjunto dos jovens ocupados: 10,6 milhões trabalhavam, mas não estudavam. Por outro lado, 35,3% dos jovens inativos não estudavam. Isso significava que 4,5 milhões de brasileiros de 15 a 24 anos não trabalhavam, não estudavam nem procuravam emprego, o que é equivalente a 13,6% de todos os jovens no país.
Do total dos jovens que estudam, 43,2% possuem até o ensino fundamental completo, 43,5% estão cursando ou completaram o ensino médio e apenas 13,3% conseguiram alcançar o ensino superior.
Os "jovens de hoje" são brasileiros nascidos há 14 ou 25 anos. Esta faixa etária é sempre discutida. Por um lado, para os que não têm direito à infância, a juventude começa mais cedo. Por outro lado, o aumento de expectativas de vida e as mudanças no mercado de trabalho alimentam hoje uma tendência mundial em alargar o tempo da juventude. Entretanto, qualquer que seja a "faixa etária" estabelecida, jovens da mesma idade vão sempre viver juventudes diferentes: há diferenças e desigualdades sociais entre eles.
(FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, Perfil da Juventude Brasileira. Disponível no sítio www.projetojuventude.org.br)

a.       Esse retrato da juventude corresponde ao que eu percebo na minha paróquia, comunidade, escola ou bairro? Quais são as principais semelhanças e as principais diferenças?
b.      Nosso grupo de jovens consegue atingir esse jovem que está fora da comunidade eclesial, procurando ir ao encontro dele a partir de sua própria cultura juvenil? Estamos indo ao encontro dos jovens da comunidade ou apenas “pescamos no aquário”?
c.       Como eu me vejo nesse retrato da juventude? Consigo me perceber dentro dessa nova realidade juvenil?


Texto B: A evangelização da Igreja e a Juventude

Um grande desafio é reconhecermos que também no segmento da sociedade chamado juventude se encontram as sementes ocultas do Verbo, como fala o Decreto Ad Gentes, do Vaticano II[1]. Entrar em contato com o “divino” da juventude é entender sua psicologia, sua biologia, sua sociologia e sua antropologia com o olhar da ciência de Deus. O jovem necessita que falemos para ele não somente de um Deus que vem de fora mas também de um Deus que é real dentro dele em seu modo juvenil de ser alegre, dinâmico, criativo e ousado. A evangelização da Igreja precisa mostrar aos jovens a beleza e a sacralidade da sua juventude, o dinamismo que ela comporta, o compromisso que daqui emana, assim como a ameaça do pecado, da tentação do egoísmo, do ter e do poder e, com isto, auxiliar também na conscientização de tudo aquilo que procura danificar esta obra de Deus. Uma verdadeira espiritualidade possibilita ao jovem encontrar-se com a realidade sublime que há dentro dele, manter um diálogo constante com aquele que o criou.
Considerar o jovem como lugar teológico é acolher a voz de Deus que fala por ele. A novidade que a cultura juvenil nos apresenta neste momento, portanto, é sua teologia, isto é, o discurso que Deus nos fala através da juventude. De fato, Deus nos fala pelo jovem. O jovem, nesta perspectiva, é uma realidade teológica, que precisamos aprender a ler e a desvelar (...).
(CNBB, Evangelização da Juventude, n. 80-81)

a.       Qual a imagem que a Igreja no Brasil, por meio deste texto, quer nos apresentar da juventude? Quais são os aspectos que mais nos chama a atenção na missão da Igreja em relação aos jovens, descrita nesse texto?
b.      Como o meu grupo de jovens tem encarnado essa missão de falar ao jovem a partir de suas próprias experiências de vida? Conseguimos auxiliar o jovem da comunidade a encontrar e experimentar Deus em seu próprio cotidiano?
c.       Como eu tenho assumido a missão de evangelizador da juventude?


Grupo 2 – O Grupo de Base, tenda da comunhão e participação.


Texto A: A máquina de escrever

Apxsar dx minha máquina dx xscrxvxr sxr um modxlo antigo, funciona bxm, com xxcxção dx uma txcla. Há 42 txclas qux funcionam bxm, mxnos uma, x isso faz uma grandx difxrxnça.
Às vxzxs, mx parxcx qux mxu grupo x´ como a minha máquina dx xscrxvxr, qux nxm todos os mxmbros xstão dxsxmpxnhando suas funçõxs como dxviam, qux txm um mxmbro achando qux sua ausxncia não fará falta...
Vocx dirá: "Afinal, sou apxnas uma pxça sxm xxprxssão x, por isso, não farxi difxrxnça x falta à comunidadx." Xntrxtanto, para uma organização podxr progrxdir xficixntxmxntx, prxcisa da participação ativa x consxcutiva dx todos os sxus intxgrantxs.
Na próxima vxz qux vocx pxnsar qux não prxcisam dx vocx, lxmbrx-sx da minha vxlha máquina dx xscrxvxr x diga a si mxsmo: "Xu sou uma pxça importantx do grupo x os mxus amigos prxcisam dx mxus sxrviços!"
Pronto, agora consertei a minha máquina de escrever. Você entendeu o que eu queria te dizer?
(Autor Desconhecido)

a)      Qual a relação que podemos fazer entre esse texto e o nosso grupo de jovens? O grupo de jovens está sendo um local de realização e de crescimento pessoal? Todos tem espaços iguais nos encontros do grupo para se expressar e partilhar seus sonhos, anseios e projetos de vida?
b)      Em que aspectos nosso grupo de jovens precisa avançar? Quais os sonhos e projetos que temos em relação ao grupo e à participação de cada um dentro dele?
c)       No que o grupo de jovens contribuiu para o meu crescimento pessoal e afetivo? No que contribuiu para o desenvolvimento da minha fé?

Texto B: Os grupos de base de jovens

O grupo de jovens é a experiência central da proposta pedagógica e evangelizadora da PJ do Brasil. O grupo de jovens é o conjunto de jovens que se reúnem, de um modo mais ou menos estável, na comunidade paroquial ou em outros ambientes, passando pelas várias etapas, num processo de formação que os leva a um certo grau de discernimento e amadurecimento de sua vivência pessoal, grupal e comunitária. A opção pelo pequeno grupo se inspira na própria decisão de Jesus de formar seu grupo dos doze discípulos. Jesus também trabalhou com a massa e outros grupos de discípulos que enviava em missão, de dois em dois. Foi a partir dos pequenos grupos, de modo especial o grupo dos doze, que surgiu quase toda a liderança da igreja primitiva.
(...) O grupo de jovens constitui um lugar de crescimento, amadurecimento, formação e realização pessoal e comunitária, porque cria laços profundos de fraternidade, onde cada um é reconhecido como pessoa e valorizado como tal. Permite partilhar critérios, valores, visões e pontos de vista. Ajuda a enfrentar os desafios desta etapa da vida, decisiva para o amadurecimento na fé e a integração social. Educa para olhar e descobrir, junto com os outros, a realidade, partilhar experiências e desenvolver os valores da vida em comunidade. Possibilita encontrar-se com Jesus de Nazaré, aderir a Ele e a seu projeto de vida, alimentar-se da Palavra e rezar em comum. Impulsiona a renovação permanente do compromisso de serviço e de colaboração com a Igreja e com a sociedade na construção de um presente e futuro digno e solidário para todos. Dá solidez à projeção missionária, expressada no testemunho pessoal, no amadurecimento da opção vocacional por um estado de vida e de ministerialidade eclesial no compromisso com a promoção humana e a transformação da sociedade.
(CNBB, Marco referencial da Pastoral da Juventude do Brasil, cap. 4, n. 1).

a)      Como está a organização do nosso grupo de jovens? Ela privilegia a participação ampla e efetiva do jovem no processo de evangelização?
b)      Como o grupo se coloca a serviço da Juventude em geral? Assumimos a missão de evangelizar a juventude que está ao nosso redor? O que falta ao grupo para que ele seja plenamente missionário?
c)       Qual o meu projeto pessoal em relação ao grupo, hoje e para os próximos dois anos?


Grupo 3 - Evangelização Integral: desafio para um novo caminhar.


Texto A: Formação integral do discípulo

“Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi” (Jo 15, 16). Do encontro pessoal com Jesus Cristo nasce o discípulo, e do discipulado nasce o missionário. O encontro pessoal é a primeira etapa. Em seguida, nasce um itinerário, em cujas etapas vai amadurecendo pouco a pouco o compromisso com a pessoa e o projeto de Jesus Cristo, à luz do mistério pascal. Cada etapa abre horizontes ao jovem para definir seu projeto de vida. O jovem aprende a escutar o chamado de Cristo; a buscar uma vida interior de valores evangélicos; a sair do individualismo para pensar e trabalhar com os outros; a participar de uma comunidade eclesial concreta; a se sensibilizar, como o bom samaritano, com o sofrimento alheio; a participar de uma pastoral orgânica com os outros; a entender que a luta pela justiça é um elemento constitutivo da evangelização; e a se comprometer de maneira decisiva com a missão. Estas etapas devem levar a uma opção vocacional, entendida como vocação de leigo ou vocação de especial consagração, como presbítero ou religioso(a). O que sustenta a caminhada é a graça de Deus.
Desafia-nos, de modo especial, a promoção de um processo de evangelização que leve em conta as diferentes dimensões da formação integral num caminho que desperte e cultive os jovens e a comunidade eclesial para a irrenunciável dimensão vocacional do grupo. O conceito de formação integral é importante para considerar o jovem como um todo, evitando assim reducionismos que distorçam a proposta de educação na fé, reduzindo-a a uma proposta psicologizante, espiritualista ou politizante.
(CNBB, Evangelização da Juventude, n. 94 e 96).

a)      O que compreendemos por Evangelização? O grupo de jovens esforça-se por abordar todas essas faces da evangelização: espiritualidade, relacionamento consigo mesmo e com os outros, engajamento na construção da nova sociedade?
b)      O grupo auxilia o jovem a fazer um verdadeiro processo de opção vocacional? Ajuda o jovem a refletir sobre seu sentido de vida e optar por um projeto de vida específico?
c)       Como está sendo minha experiência de educação na fé, no grupo de jovens? Ele me dá apoio para pensar meu projeto de vida, à luz da mensagem de Cristo?


Texto B: As dimensões da formação integral

No processo de educação na fé por etapas, a PJB opta por diferentes dimensões na vida do jovem que precisam ser cultivadas.  A visão de dimensões da formação integral ajuda os líderes da pastoral a não cair na tentação de promover um tipo de formação que seja reducionista: apenas psicológico, apenas espiritualista ou apenas político. Estas cinco dimensões devem receber atenção em cada etapa da caminhada do grupo; porém, dependendo da etapa em que se encontram os jovens a maneira de tratar cada dimensão e a acentuação serão diferentes.
Dimensão Psicoafetiva – Processo de personalização: É a dimensão da relação do jovem consigo mesmo. Responde às necessidades de amadurecimento afetivo e formação positiva da personalidade. É a busca constante de uma resposta, não especulativa mas existencial, à pergunta: “Quem sou eu”? Nesta dimensão o jovem precisa acolher a própria vida. Procura conhecer-se, aceitar-se, assumir-se a si próprio, como também procura desenvolver suas aptidões e qualidades, seus sentimentos e interesses com relação aos outros. A educação e a vivência da fé são concebidas como auto-aceitação, humanização, busca de sentido da vida e opções de valores.
Dimensão psicossocial – Processo de integração: Corresponde à dimensão social, da descoberta do outro como ser diferente e do grupo como lugar de encontro. O grupo oferece um espaço para ir descobrindo, de modo concreto e vivencial, a necessidade de realizar-se como pessoa na relação com o outro. Esta relação gera crescimento, exercita a crítica e a autocrítica como meio de superar-se pessoalmente e colaborar no crescimento dos demais. Este processo de amadurecimento leva o jovem a uma progressiva abertura para as relações interpessoais, reconhecendo nos outros, valores, diversidades e limites. O jovem começa a fazer a experiência de um relacionamento mais consciente com a família, com o grupo e com a sociedade, até a experiência comunitária como referência permanente para sua vida. Na comunidade, o jovem se torna participante ativo e criativo de sua própria história. A educação na fé é concebida, aqui, como caminho a ser percorrido comunitariamente.
Dimensão sociopolítico-ecológica – Processo de participação e conscientização: Corresponde à dimensão da socialização ou da inserção do jovem na sociedade e no meio ambiente que o acolhe. Trata da convivência social com relações de justiça e solidariedade, com igualdade de direitos e deveres. Capacita o jovem para ser cidadão consciente, sujeito da história nova, com participação crítica em favor da justiça e da vida digna para todos. Forma o jovem para ser capaz de projetar-se em sua comunidade local, nacional e internacional. É importante formar o jovem para a cidadania.              Esta experiência comunitária leva o jovem a confrontar-se com problemas cuja solução exige convergência de esforços e vontade política. A promoção do bem comum e a construção de uma ordem social, política e econômica humana, justa, solidária e ecológica, torna-se um compromisso de fé.
Dimensão mística – Processo teológico-espiritual: Esta dimensão trata da vivência e fundamentação da fé do jovem, do encontro com a Pessoa de Jesus Cristo, sua prática, seu Projeto e seguimento em comunidade. É a presença de Deus agindo nos acontecimentos de sua vida, da vocação mais profunda de ser filho e irmão, do descobrimento de Jesus e da opção por segui-Lo, do discernimento da ação do Espírito nos sinais dos tempos da história pessoal, grupal, eclesial e social e do compromisso radical de viver os valores do evangelho. E o jovem descobre a Comunidade eclesial como lugar de alimentar e celebrar a vida na Fé. Neste encontro com Jesus Cristo o jovem descobre Nele o sentido de sua existência humana pessoal e social. Nasce a experiência de fé que o faz viver como cristão autêntico. Passo fundamental nessa dimensão é transformar a experiência de vida pela força da fé em experiência evangélica. Integra-se a fé na vida. A educação da fé é concebida como interpelação constante entre experiência de vida e formulações da fé. É necessário formar o jovem para ter uma experiência de Deus (espiritualidade ou mística) e ao mesmo tempo ajudá-lo a adquirir uma compreensão teórica da sua fé (teologia).
Dimensão de capacitação - Processo metodológico: Corresponde à capacitação técnica/metodológica para o planejamento, desenvolvimento e avaliação da ação transformadora, para o exercício da liderança e coordenação democrática nos grupos, organizações e também junto às massas. Trata-se de ser profissional, realizando a missão com eficácia. No processo de amadurecimento da fé o jovem sente necessidade de testemunhar a própria fé, empenhando sua vida no serviço aos outros. Para que sua ação seja eficaz, precisa entrar num processo de formação permanente, que lhe garanta a aquisição de técnicas e de competência educativa profissional para assumir tarefas de coordenador de grupos jovens, de comunicador da mensagem de Jesus Cristo e de formador de lideranças.
(CNBB, Marco referencial da Pastoral da Juventude do Brasil, cap. 4, n. 3; texto adaptado).

a)      O grupo tem buscado trabalhar todas essas dimensões? Tem deixado de lado alguma delas? O que o grupo necessita para poder trabalhar todas essas dimensões em seu espaço de reflexão?
b)      O planejamento para o próximo ano abarca essas dimensões? Privilegia alguma delas? O que podemos fazer para que a formação para o discipulado seja o mais integral possível?
c)       Como eu me sinto pessoalmente frente a cada uma dessas dimensões? Estou conseguindo me desenvolver em todas elas no meu processo de educação na fé?


Grupo 4 – Juventude, comunidade e Igreja.

Texto A: O homem novo e a mulher nova

O homem novo e a mulher nova não aparecem por acaso. O homem novo e a mulher nova vão nascendo na prática da reconstrução da sociedade. Mas, de qualquer maneira, podemos pensar em algumas qualidades que caracterizam o homem novo e a mulher nova. O compromisso com a causa da vida, com a defesa da vida é uma destas qualidades. A responsabilidade no cumprimento do dever – não importa a tarefa que nos caiba – é um sinal do homem novo e da mulher nova. Aprender a superar o individualismo, o egoísmo, é um sinal, também, do homem novo e da mulher nova. A defesa de nossa autonomia, de nosso protagonismo e da liberdade responsável que conquistamos, marca igualmente o homem novo e a mulher nova.
O sentido da solidariedade, não somente com o nosso povo, mas também com todos os povos que se esforçam pela conquista de sua liberdade – em todos os seus sentidos – é outra característica do homem novo e da mulher nova. Não deixar para fazer amanhã o que se pode fazer hoje e fazer cada dia melhor o que devemos fazer é próprio do homem novo e da mulher nova.
Estudar, pensar o bem, desenvolver a curiosidade diante da realidade a ser melhor conhecida, criar e recriar, criticar com justeza e aceitar as críticas construtivas são características do homem novo e da mulher nova.
“Revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef. 4, 24)
(Autor desconhecido. Texto adaptado.)

a)      O que é ser um homem novo e uma mulher nova? Qual a “novidade” sobre a qual esse texto se pronuncia?
b)      No que a Juventude retrata esse “homem e mulher novos”? Qual o nosso rosto? O que temos de “novo” para levar à Igreja e ao mundo?
c)       Como o grupo vem me ajudando para gerar esse homem novo / essa mulher nova em minha história de vida?


Texto B: Conclusões da V Conferência do Episcopado Latino-Americano sobre juventude

Os jovens e adolescentes constituem a grande maioria da população da América Latina e do Caribe. Representam enorme potencial para o presente e o futuro da Igreja e de nossos povos, como discípulos e missionários do Senhor Jesus. Os jovens são sensíveis a descobrir sua vocação a ser amigos e discípulos de Cristo. São chamados a ser “sentinelas da manhã”, comprometendo-se na renovação do mundo à luz do Plano de Deus. Não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim uma vida sem sentido. Por sua generosidade, são chamados a servir seus irmãos, especialmente aos mais necessitados, com todo o seu tempo e vida. Têm capacidade para se opor às falsas ilusões de felicidade e aos paraísos enganosos das drogas, do prazer, do álcool e de todas as formas de violência. Em sua procura pelo sentido da vida, são capazes e sensíveis para descobrir o chamado particular que o Senhor Jesus lhes faz. Como discípulos missionários, as novas gerações são chamadas a transmitir a seus irmãos jovens, sem distinção alguma, a corrente de vida que procede de Cristo e a compartilhá-la em comunidade, construindo a Igreja e a sociedade.
(CELAM, Documento de Aparecida, n. 443)

a)      Qual a contribuição que a juventude pode dar a Igreja e à sociedade no mundo de hoje?
b)      Qual o papel que nosso grupo de jovens deve desempenhar na construção da nova sociedade, a partir da comunidade eclesial e social em que se insere?
c)       Que compromisso concreto eu quero assumir, enquanto jovem participante de um grupo da PJB, para que meu grupo possa desempenhar seu papel na transformação da realidade local?

Iluminados pela Palavra – JULGAR


Terminada a reflexão nos subgrupos, os integrantes devem voltar ao grupo geral e cada secretário/a deverá falar sobre o tema de seu subgrupo e as idéias levantadas e anotadas no debate (Tempo: 10min).
Após a apresentação dos/as secretários/as, algum membro fará a leitura do Evangelho.

Sugestão de canto: “Pela Palavra de Deus / saberemos por onde andar. / Ela é luz e verdade, / precisamos acreditar!” (ou outro, à escolha).

Lucas 24, 13-32: Os discípulos de Emaús

Partilha da Palavra

Pistas para a reflexão:
- Os discípulos estavam caminhando a dois. Não estavam sozinhos quando o Cristo se manifestou. Assim é na nossa vida: Cristo vai conosco quando a gente caminha em grupo/comunidade...
- Ambos estavam confusos frente aos fatos ocorridos em Jerusalém, esquecendo-se da promessa de Jesus de que iria ressuscitar após três dias. É o Mestre mesmo quem tem que relembrá-los das promessas feitas desde o Antigo Testamento, animando-os a serem perseverantes na caminhada. Quantas vezes a gente desanima de caminhar no grupo de jovens, por falta de uma espiritualidade que nos leve a um compromisso radical e profundo com a causa do Reino de Deus, a Eco-civilização do Amor!
- Os discípulos sentem os corações arderem na caminhada, quando o Mestre lhes explicava as escrituras, e reconheceram-No ao partir do pão. E nós também somos chamados a re-conhecer o Cristo em nossa própria caminhada, pessoal e comunitária, fazendo experiência de seu Amor por meio da partilha do pão e da vida...
(Tempo para a leitura e partilha: 15min)

Mãos à Obra! - AGIR

Iluminados pela Palavra, os jovens deverão responder às seguintes perguntas, que o/a animador/a ou secretário/a deverá anotar, para trazer para o próximo encontro:
a)      Que caminho queremos percorrer enquanto grupo de jovens da PJB? Qual a missão que o nosso grupo deve desempenhar na Igreja e na comunidade local?
b)      Quais jovens estamos atingindo e quais jovens queremos atingir com nossa atuação pastoral?
c)       Quais são os anseios do nosso grupo de jovens? Do quê ele necessita para melhor desenvolver seu ministério?
d)      O que nosso grupo espera da PJB arquidiocesana?
(Tempo estimado: 15min)

Oração

Aproveitar esse momento pra incentivar os jovens a reassumirem seu compromisso com o grupo e com a causa da Evangelização da Juventude. De mãos dadas, cantar o mantra: “Deus vos salve, Deus! / Deus vos salve, Deus! / Deus salve a juventude onde mora Deus, / vos salve Deus!”
Terminar com o Pai-nosso.



[1] Vaticano II: concílio realizado na década de 60 do século passado, em que a Igreja Católica abordou as graves transformações pelas quais o mundo todo passava e refletiu acerca de novos métodos e modelos pastorais para responder satisfatoriamente a essas mudanças.

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