sexta-feira, 20 de maio de 2011

PADRE ALFRED KUNZ, conhecido como Pe. Alfredinho



9 Fev 1920
Nasceu em Berna (Suíça), filho de Frederic e Anna, trabalhadores de uma pedreira.
1926
Emigram para a França procurando melhor vida e trabalho.
1931
Aos 11 anos, começa a trabalhar num hotel como cozinheiro. Chegava a trabalhar 15 horas por dia.
1935
Ingressou na JOC (Juventude Operária Católica), e gostou muito da leitura da bíblia.
1939
Começou a pensar que algum gostaria de ser sacerdote, mas logo nesse ano teve inicio a II Guerra Mundial. Seu pai era contrário a sua vontade de ser padre, e então Alfred se alistou como voluntário no exército francês.

Combateu contra os alemães. Foi preso e levado para o campo de concentração na Áustria, trabalhando como cozinheiro.

No campo de concentração iniciou um círculo de leitura da bíblia, junto com outro prisioneiro protestante. Atendiam os doentes e os curavam.
1945
Entra no Seminário depois de terminada  a Guerra, em Fontgombault (França), acompanhado pelos Filhos da Caridade.
1954
Foi ordenado sacerdote em Paris, e depois foi trabalhar para o Canadá, num bairro de operários.
1968
Desejoso de trabalhar em países mais pobres, veio para o Brasil, na cidade de Crateús. Começou a viver com os pobres que eram vítimas do sistema de fazendas naquela região semi-árida.

O sofrimento que ele mesmo viveu na sua vida, e que partilhou com tantos pobres, o levou a meditar cada vez mais no SERVO SOFREDOR, figura profética do livro de Isaias.
1968-1971
Viveu três anos no bairro da prostituição de Crateús, onde atendia todos os mais pobres, no barraco da falecida Antonieta.
1977
Cria um pequeno grupo que deseja fazer retiros espirituais com o Pe. Alfredinho, e crescer na espiritualidade do Servo Sofredor.
1979
Alfredinho, no tempo de ditadura e repressão dos pobres que chegavam à cidade procurando alimento, animou a campanha de acolhimento, com o lema “Fraternidade sim, violência não!
1988
Tem problemas contínuos de saúde, e foi viver para a favela Lamartine.
1995-1997
Animado pela campanha da Fraternidade que procurava acolher os excluídos, pediu a bênção ao  bispo de Santo André, e foi viver com os moradores de rua em SP.

Ao longo destes anos um grupo de gente se vai associando ao Pe. Alfredinho, formando assim a Irmandade do Servo Sofredor.
Ago 2001
Devido a insuficiência cardíaca, morreu no dia 12 de Agosto.


FRASES DE PE. ALFREDINHO


1
Um dia, fui chamado para assistir uma tuberculosa de 22 anos, em fase terminal, vítima da prostituição. Jamais me esquecerei do seu sorriso depois de ter se confessado, comungado e recebido a unção dos enfermos: seu rosto refletia a profunda alegria pela presença de Cristo nela. Quando morreu, 15 dias depois, tiveram que usar a porta do seu barraco para transportá-la ao cemitério. Pouco depois, aluguei aquela casa, em plena zona de prostituição".


2
Comenta o seguinte sobre o bairro da prostituição: “Foi aí que eu comecei a partilhar a existência dos pobres. Foi aí também que eu descobri que, para viver com os pobres, é melhor não ter dinheiro. Um dia, Dom Fragoso (Bispo) veio almoçar comigo. Eu lhe disse que esse bairro era um santuário e lhe contei as maravilhas das quais eu era testemunha. Foi para mim uma escola extraordinária.


3
Foram as vítimas da prostituição que ensinaram a viver o Evangelho.


4
Aprendi nesta escola do povo do nordeste a saber viver com poucas coisas e evitar o esbanjamento.


5
Alfredinho aprendeu a ter paciência e esperar, caminhar no ritmo dos pobres. A acolher cada pessoa como é, respeitando totalmente sua individualidade.


6
Meu encontro com Alfredinho e a Irmandade me ajudou a descobrir minha mediocridade. Ele me convidou mais de uma vez para deixar a casa do bispo e ir morar com ele em sua casa, rezar junto com o povo, acolher mais como um pastor bom do que como um administrador, e eu confesso que não tive coragem. Ma ajudou também a simplificar minha vida de bispo e a priorizar os pobres em meu ministério e em minha pastoral… Penso que a mensagem deixada por Alfredinho é, em resumo, a seguinte: amem os pobres, acreditem nos pobres, sejam pobres, acolham a boa nova que vem dos pobres no seguimento de Jesus  de Nazaré, o Bem-Amado (D. Fragoso, bispo de João Pessoa). 

Um comentário:

Marise Dantas Ferreira disse...

Tenho grande admiração e respeito pelo Padre Alfredinho. Cada informação, cada leitura a respeito dele me encanta. Infelizmente não o conheci, nem sequer o vi de longe. Mas, cada vez mais o admiro. Cada leitura, cada informação a respeito dele me encantam e tocam meu coração pela pela paz que transmite, serenidade, docilidade, pela entrega total e desprendida a Deus e ao sacerdócio, pela profundidade na fé. Para mim, trata-se de um santo dos tempos atuais. Um exemplo para sacerdotes e leigos. Penso que a história e a trajetória dele deveriam ser mais divulgados. Sempre que posso, falo a respeito dele para as pessoas. Acho triste que a grande maioria não o conheça. Há de chegar o momento da canonização dele. Difícil entender porque ainda não aconteceu.